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DUBLADO OU LEGENDADO?


Minha paixão por cinema começou a partir dos filmes que eu assistia na televisão: Sessão da Tarde, Cinema em casa e afins, todos eles dublados, já que a TV aberta só exibe (com raríssimas exceções) filmes desse tipo. Vários anos depois é que tomei contato com os filmes legendados, ainda na época das fitas VHS e percebi que também era prazeroso ver os atores falando seus próprios idiomas sem a intervenção de dubladores. Conheci mais do inglês, do francês, italiano, espanhol, japonês, chinês, alemão... Mas como surgiu a dublagem?

O primeiro filme falado foi O cantor de jazz (1927), mas o primeiro totalmente dublado foi Luzes de Nova York (1929). O advento do som causou uma revolução no cinema. As falas dos personagens, que antes eram representadas por cartelas e podiam ser traduzidas para qualquer idioma, enfrentavam o primeiro desafio, já que a legendagem em princípio não obteve bons resultados. Até que em 1930, Jacob Karol inventou um sistema que permitia sincronizar áudio e imagem. Era o nascimento da dublagem. Foi um aprimoramento da qualidade sonora dos filmes, pois os aparelhos de filmagem eram muito barulhentos. Ela facilitava também as filmagens externas.
Lúcio Mauro Filho dublando Kung Fu Panda

Os desenhos animados já começaram a ser dublados desde o seu início, com Branca de Neve e os sete anões (1937) que marcou o início das atividades de dublagem no Brasil, seguido por Pinóquio, Dumbo e Bambi.

Os filmes brasileiros já contavam com a dublagem para corrigir a precariedade dos equipamentos de som nas produções dos anos 40 e 50 e tornou-se natural fazer o mesmo nos filmes estrangeiros a serem exibidos na televisão.

Cena de Rio 40 graus (1955)

Orlando Drummond, mais conhecido como o personagem “Seu Peru”, interpreta a voz de Scooby Doo por mais de 30 anos e devido a isso entrou para o livro dos recordes. No início, adultos faziam as vozes das crianças e dubladoras interpretavam os meninos, mas atualmente dubladores mirins são contratados, como é o caso da série de filmes Harry Potter. Até a dublagem dos personagens do seriado Chaves, que no início foram muito criticadas, hoje são cultuadas pelos fãs.

Os primeiros elencos de dublagem eram de rádio atores, vozes consagradas na época das rádio-novelas. Atores que não conseguiam bons papéis, viravam dubladores. Ida Gomes dublava Bette Davis, Lima Duarte emprestava sua voz aos sucessos de Hanna Barbera, Older Cazarré (Dom Pixote), Olney Cazarré (Pica-pau), Dennis Carvalho (a série Túnel do tempo), Garcia Júnior (MacGyver, He-man). Quem não se lembra das clássicas dublagens que tinham a apresentação no início do filme: "Versão brasileira BKS" ou "Versão brasileira Herbert Hichers"?


Waldyr Sant'anna dublador de Eddie Murphy e Homer Simpson

A legislação brasileira exige que os dubladores tenham registro de atgor, por isso causa certa implicância entre os profissionais, quando cantores e apresentadores como Cláudia Leite (Carros 2) e Luciano Huck (Enrolados) fazem esse papel. O fato de ter nomes famosos dando voz aos personagens é um grande atrativo para o público, como Lúcio Mauro Filho em Kung Fu Panda, Chico Anysio em Up – Altas aventuras, Daniel de Oliveira em Happy Feet e Rodrigo Santoro em O pequeno Stuart Little. A tendência de contratar famosos para dublar as animações veio dos Estados Unidos. A série Shrek conta com as vozes de Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Antonio Banderas e Julie Andrews; Happy Feet tem Elijah Wood, Robin Williams, Hugh Jackman, Nicole Kidman e Hugo Weaving; Megamente tem Will Ferrell, Brad Pitt e Bem Stiller e Carros 2 tem Owen Wilson e Michael Caine.

Mas o que será que o público prefere, filmes dublados ou legendados? Apesar de não haver nenhuma pesquisa recente sobre o assunto, o número de cópias dubladas tem aumentado nos cinemas. A última pesquisa realizada em 2008, revelou que 56% dos brasileiros compravam ingressos para filmes dublados, 37% preferem os legendados, 5% não se importam a versão e 1% não soube responder.

A versão dublada é mais cômoda pelo espectador não precisar ler e alguns dizem que não conseguem ler as falas e depois ver a cena, já os defensores das legendas dizem que preferem ouvir o idioma original do filme e que com a dublagem algumas emoções dos atores são perdidas.
Parece mais cool ver o filme legendado ou tentar provar que entende as falas, mesmo sem ler as legendas, mas os americanos não se importam com isso, pois a maioria dos (poucos) filmes estrangeiros que vêem são dublados.

Eu também não me importo muito com isso. Gosto de cinema e vejo o filme na versão em que ele estiver disponível, seja dublado ou legendado. Vejo filmes na televisão, baixo pela internet, assisto em DVD e a última coisa com que me preocupo é com o idioma (se bem que o DVD e posteriormente o Blu-ray facilitaram muito com as várias opções de áudio e legenda). E vocês, o que preferem, filmes dublados ou legendados?
 

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